Fonte: Jornal Comunidade
Escola pública do Paranoá utiliza a
ainda pouco conhecida luta olímpica como ferramenta de disciplina e assiduidade
dos jovens. Os resultados animam professores, estudantes e pais, pois o tempo
de permanência no colégio aumentou
Para o amplo desenvolvimento de um cidadão, a
educação deve ser valorizada e priorizada. O aprendizado tem que ser estimulado
para que haja um incentivo à aptidão e à qualidade de vida por meio de ações
socioeducativas, tais como o acesso à cultura e ao conhecimento. Com a
preocupação da inclusão social, o Centro de Ensino Fundamental 02 (CEF 02), do
Paranoá, é uma das escolas do Distrito Federal que oferece atividades integrais
para os alunos. Tendo a defesa pessoal como carro-chefe, os professores elogiam
os resultados do projeto.
Uma das atividades que ganhou muito espaço e a preferência dos estudantes foi a luta olímpica. A escola adotou o esporte para a educação integral no início do ano passado, e desde então a atividade se tornou bastante procurada. O coordenador da educação integral, Jeovanny Machado dos Anjos, diz que a Secretaria de Educação do DF (SEDF) recomenda a prática de esportes para incrementar o programa e capacitar os alunos. “Essa atividade (luta), assim como as demais defesas trabalhadas nas atividades de educação integral, são recomendadas pela SEDF e vistas como de grande valia na formação multidimensional dos estudantes, pois auxiliam não somente na formação física como também na formação biopsicossocial do estudante”, afirma.
O projeto aborda elementos como a valorização dos saberes, a gestão democrática, a participação e a extensão em territórios educativos. A intenção é conferir maior vivência entre alunos, educadores, familiares e comunidade, em uma operação de cidadania. Com este pensamento o coordenador do projeto no CEF 02, Pedro Moura, acredita que “a luta está sendo um sucesso e, que o esporte tem sido uma motivação para os alunos participarem das atividades promovidas pela escola”.
O CEF 02 foi a única
escola do Distrito Federal a participar da competição nacional da modalidade no
ano passado. De acordo com Moura, a luta olímpica tem dado oportunidades para
os atletas participarem de competições e de viagens pelo país. “Eles estão
tendo uma oportunidade de praticar um esporte muito bom, que eu como professor
de educação física não tive e nem conhecia direito”, declara. Pedro acredita na
capacidade dos alunos e diz que eles têm muitas chances, inclusive, de vencerem
as competições deste ano. “Os alunos foram para a competição nacional ano
passado quase sem nenhuma condição de treinamento e ganharam medalhas. Imagine
agora! A ideia é pegar medalhas de ouro”, revela.
Aulas não se
restringem à prática esportiva
Com o apoio da
Federação de Luta Livre, Luta Olímpica e Submission do Distrito Federal
(Fellos-DF), o CEF 02 trabalha para incentivar os alunos e aplicar o projeto
com qualidade. O vice-presidente da modalidade da Fellos-DF, Rodrigo Virmond,
relata que a intenção da associação é desenvolver o esporte e torná-lo mais
conhecido. Com esses projetos escolares a modalidade tem se fortalecido e,
assim ajuda a manter o aluno na instituição. “O foco hoje é fomentar a
permanência do aluno no ambiente escolar”, revela. A luta olímpica está sendo
cada vez mais aceita e o principal objetivo é trabalhar os atletas desde
pequenos e formá-los bem, além de trazer diversos benefícios para quem o
pratica. Por ser um esporte que ajuda na movimentação do corpo, a luta olímpica
evita mal-estar e indisposição. “O esporte traz consciência corporal e previne
doenças e lesões”, diz Virmond.
Considerado como um projeto-modelo, a finalidade da luta olímpíca é se tornar uma alternativa oferecida na educação integral de várias escolas. O CEF 02 é a única escola do Brasil a ter um tapete olímpico e isso facilita muito na implementação do programa. Rodrigo afirma que o projeto tem a ajuda dos ministérios do Esporte e da Educação, Secretaria de Esportes do DF, de Educação e da Justiça. “Vários segmentos políticos e sociais participam na construção e realização desse projeto. Aliás, sem eles seria impossível tocar esse barco”, agradece.
Para este ano os alunos já têm duas viagens marcadas para Goiânia. Também acontecerá um amistoso antes da competição nacional. E, no final do ano, dia 1° de dezembro no Nilson Nelson, acontecerá a última etapa da seletiva dos Jogos da Juventude, que acontecerão na China. A seletiva ocorrerá em Brasília. “Todos que estão no projeto irão participar. Virão outros grupos escolares de todo Brasil para participar também e isso nos motiva nos treinos”, finaliza Rodrigo.
Ação
íntegra
Construir uma educação que ajude na formação do ser humano necessita de múltiplas necessidades. Adotar estratégias educativas é a melhor opção de qualidade para a promoção do ensino e sucesso escolar. E uma dessas estratégias é, sem dúvida, a educação integral. Projetos socioeducativos ajudam a promover o desenvolvimento de estudantes que não têm renda para obterem um estudo qualificado, e oportunidades como essas alavancam o sucesso para um país melhor.
O professor Jeovanny acredita que o ensejo desses alunos em programas qualificados traz maiores possibilidades de êxito no futuro e que, com a maior vivência na escola, o estudante amplia os espaços. “A educação integral dá a oportunidade de ajudar a formar estudantes com maiores possibilidades de sucesso nas diversas vivências que lhe serão apresentadas em seu futuro, pois como a perspectiva dessa metodologia, foca-se na possibilidade de ampliar tempos, espaços, e, principalmente, oportunidades educacionais”, resume. Ele ainda destaca que o estudante vive num processo social para o crescimento e desenvolvimento, devido ao fato de experimentar a realidade. “Não é a preparação para a vida. É a própria vida que acontece ali”, filosofa.
Além da luta olímpica, cada unidade escolar tem a liberdade de indicar quais são as atividades que melhor se adequam à realidade de sua escola, atendendo as necessidades e os interesses da comunidade escolar. Com essa prerrogativa, as escolas organizam-se em atividades desportivas, recreativas e culturais. As mais frequentes são aulas de violão, reforço de matemática e português, xadrez, futebol, capoeira, informática, dentre outras. O aluno que participa da educação integral fica na escola oito horas diárias, e recebe a alimentação adequada durante o período que permanece no estabelecimento escolar.
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