Todos pela educação integral: documento traça caminhos para a qualidade e a equidade na educação pública

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Proposta pedagógica, parcerias com a comunidade, intersetorialidade, espaços e infraestruturas. Esses são alguns dos aspectos que devem ser levados em conta na elaboração de diretrizes e na implementação de políticas de educação integral. É o que afirma o documento Educação integral: um caminho para a qualidade e a equidade na educação pública, divulgado ontem (16) pelo movimento Todos pela Educação.
Elaborado por especialistas da área que fazem parte de um grupo de assessoramento do movimento, cuja coordenação foi feita pela Fundação Itaú Social, o documento visa contribuir para o debate e os esforços de gestores públicos na estruturação das políticas de educação integral.
“Ao refletir sobre os desafios e os possíveis caminhos, com base em pesquisas e em experiências concretas, esse colegiado pretende colaborar para que a educação integral se torne uma realidade para crianças e jovens em todo o território brasileiro”, diz o documento.
De acordo com os especialistas, é preciso compreender que a educação integral não pode ser assumida apenas como oferta de maior tempo de permanência na escola. “É uma concepção que considera a multidimensionalidade do ser de forma integrada. Reconhece que o desenvolvimento pleno de indivíduos só é possível quando se observam diferentes dimensões: física, afetiva, cognitiva, socioemocional e ética”, descreve o documento.
Oportunidades de aprendizagem
Entre as questões analisadas pelos especialistas, está a proposta pedagógica para a educação integral. Segundo eles, o desenvolvimento pleno que se espera da educação integral só será efetivo se a proposta pedagógica for composta de diferentes linguagens, numa perspectiva integrada, visando ao aprofundamento de saberes e ao aprimoramento de habilidades e competências. “Para isso, é imprescindível promover a reconstrução do projeto político-pedagógico (PPP), de forma coletiva e compartilhada, potencializando os conhecimentos e saberes que os estudantes, as famílias e a comunidade trazem para a escola. Nesse diálogo entre os diferentes saberes, deixam-se claras as intencionalidades e expectativas de aprendizagem, acolhendo os interesses dos estudantes e da comunidade e ampliando os repertórios”, apontam.
Assim, a educação integral implica o aproveitamento planejado da variedade de oportunidades de aprendizagem, da diversidade dos espaços e da ampliação de tempos, em estreita articulação com o território, a comunidade, a família e as novas tecnologias.
“O resultado desse arranjo é capaz de responder não só aos padrões de qualidade desejados para a educação pública, mas também às exigências de uma formação voltada para o mundo contemporâneo, cada vez mais complexo e dinâmico”, aborda o texto.
Participação social
Ao se implementarem políticas de educação integral, os especialistas defendem a transformação da estrutura e da gestão, que vão desde a infraestrutura necessária para realizar as atividades até a definição de propostas pedagógicas que tragam contribuições efetivas ao desenvolvimento pleno de crianças e jovens.
“Para alcançar um patamar de desenvolvimento de todas as potencialidades dos estudantes, é preciso repensar o modelo e a oferta de conteúdos da escola atual, proporcionando aprendizagens relevantes, que dialoguem com as competências e habilidades indispensáveis para a participação cidadã. Dada essa complexidade, a participação de organizações da sociedade civil e as articulações intersetoriais se tornam condicionantes”, defendem.
Educação integral e Ensino Médio
De acordo com Maria Amabile Mansutti, coordenadora técnica do Cenpec, a educação integral deve ter um olhar para a juventude. “Temos que responder melhor às necessidades dos jovens. Esse é um desafio do Ensino Médio que consequentemente também tem impacto na educação integral. Cabe às redes públicas fazer o reconhecimento de diversos percursos formativos dentro e fora da escola, assim como orientar os jovens sobre essas possibilidades, para as quais eles precisam ter alguma autonomia. Trata-se de percursos norteados por ideias como ampliação de capital cultural, empreendedorismo e iniciação científica”, descreve ela no documento.
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Fonte: http://educacaoeparticipacao.org.br/

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