Com a palavra Professora Jaqueline Moll!!!!
Excelente reflexão para os momentos de "reestruturação" de políticas educacionais em tempos da chamada "crise"!!!
Corre a notícia de que as 60 mil escolas que tem, heroicamente, sustentado a implementação do Programa Mais Educação serão reduzidas a 26 mil, a partir de critérios relacionados a alfabetização dos estudantes. E ainda que o PME focará português e matemática.
Custo a crer que o mesmo governo, que quando de sua eleição em 2010 tinha como compromisso chegar a 60 mil escolas, vá reduzir drasticamente a abrangência do PME, e desprezar os avanços constatados nestes anos (2008-2014) pela ampliação dos horizontes formativos em uma agenda curricular que dialoga com campos de conhecimento e experiência humana historicamente desprezados pela escola brasileira.
Centenas de teses de doutorado e dissertações de Mestrado tem estudado os impactos institucionais e humanos do Programa Mais Educação, como estratégia indutora da retomada da agenda de uma educação integral em uma escola de tempo integral. Agenda sonhada desde 1932 pelos pioneiros da educação nova no Brasil. No dia a dia as escolas e as famílias constatam os ganhos cognitivos, afetivos, sociais do PME...
Não há dúvidas sobre a propriedade acerca de ensinar e aprender a língua pátria e a matemática. Mas também se sabe que quanto mais a língua e a matemática são trabalhadas de modo contextualizado e significativo, no teatro, na música, no xadrez, no jornal e no rádio escolar, etc, etc, mais serão aprendidas pelos estudantes. Aliás a ampliação do tempo na escola só se justifica pela ampliação dos horizontes formativos... mais do mesmo não nos levaria a lugar algum. Então, custo a crer...a informação deve estar equivocada... o governo não atentaria contra si mesmo, contra uma estratégia que está apontando para o cumprimento da meta 6 do Plano Nacional de Educação. Ao contrário, o governo federal deve ampliar o número de escolas e os macrocampos do Programa. Deve trabalhar para qualificar a estrutura física das escolas e as condições de salário e carreira dos professores...
Quero crer que o bom senso, a coerência, o compromisso e a responsabilidade com as políticas públicas de educação em andamento no país preponderem. E que também sejam retomados e aprofundados (na implementação e na avaliação) o Ensino Médio Inovador, Alfabetização na Idade Certa (apesar deste nome), o Brasil Alfabetizado, o Escolas Interculturais de Fronteira, entre outros...Esta é parte da resposta estrutural a chamada "crise" que é conjuntural e abala investimentos que há pouco tempo focaram nos que sempre estiveram a margem!
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