Fonte: Jornal Metro Brasília - 09/10/2013
A escola das 8h às 18h foi implantada sem
grandes reformas para dar maior conforto aos alunos. Ainda assim, os resultados
animam estudantes e educadores.
Quem gosta de ficar dez horas na escola? Todos os estudantes da
professora Keyla Dias, do 1o ano da Escola Classe 15 de Ceilândia, levantam o
dedo afirmativamente. Em uma das turmas do 5o ano, meninos e meninas fazem fila
para dizer que a escola integral os deixará mais preparados para o futuro.
Promessa de campanha do governador Agnelo Queiroz, a escola de 8h às18h já é
realidade em 23 instituições públicas do DF. Ao todo, 6,3 mil estudantes da
educação infantil e do ensino fundamental estão sendo atendidos.
O número é um quase nada na rede pública de ensino -apenas 1,4% dos 430 mil
estudantes que são atendidos pelo Estado. Os resultados, entretanto, animam o
GDF a prometer a inclusão de mais 23 escolas -ou 6,7 mil alunos -no programa no
ano que vem
“Aqui foi surpreendente. Tinha aluno que a gente duvidava que iria
aprender a ler e, este ano, aprendeu”, conta o professor Ricardo Koziel,
diretor da escola de Ceilândia, que tem 530 alunos e consegue aliar disciplina
de quartel com felicidade de parque de diversões. “Você acha que é fácil
coordenar a saída de quatro ônibus de manhã e quatro ônibus à tarde para o
Centro Olímpico da cidade?”, brinca o diretor.
Aperto
Ele faz menção justamente ao maior problema das escolas integrais: a falta de
estrutura física para funcionarem em turno completo. O modelo de dez horas prevê
que os estudantes recebam o conteúdo curricular em um turno e, no horário
contrário, façam reforço e atividades esportivas e artísticas.
Construídas na década de 1970, as escolas públicas não foram pensadas para
funcionar com turnos contínuos, não têm espaço para isso. Os convênios com
os centros olímpicos são um dos arranjos possíveis. Outros foram contar o
tempo de parquinho, de quadra esportiva, de 23 escolas funcionam de acordo com
o modelo. No ano que vem, o GDF incluirá outras 23 escolas no programa de dez
horas sala de informática.
Na escola de Ceilândia, há apenas três salas de descanso para 24 turmas de
alunos. O cochilo depois do almoço virá um privilégio semanal.
Do início das aulas até o mês passado, o diretor Koziel ficou quebrando a
cabeça para achar uma maneira de adaptar às necessidades dos estudantes o
espaço físico de que dispõe. “São coisas que você tem que pensar e
repensar de acordo com as respostas que os professores e os estudantes vão dando”,
relata o diretor Koziel.
Prato
Um exemplo de detalhe pensado e repensado: o horário de almoço. Os 530 alunos
foram divididos em dois grupos, e cada um tem meia hora para almoçar. O
professor da turma almoça com seus estudantes para que os auxilie e dê bom
exemplo sobre alimentação.
Na tentativa de tornar o momento mais agradável, a comunidade escolar resolveu
trocar o tipo de prato. Na rede pública, o padrão é um prato azul de
plástico. Na Escola Classe 15 de Ceilândia, o prato de plástico foi
substituído por um de vidro. “A comida tem que ser atrativa e eles precisam
ter exemplo para comer verdura”, afirma o diretor.
Por Érica Montenegro
Promessa de campanha do governador Agnelo Queiroz, a escola de 8h às18h já é realidade em 23 instituições públicas do DF. Ao todo, 6,3 mil estudantes da educação infantil e do ensino fundamental estão sendo atendidos.
O número é um quase nada na rede pública de ensino -apenas 1,4% dos 430 mil estudantes que são atendidos pelo Estado. Os resultados, entretanto, animam o GDF a prometer a inclusão de mais 23 escolas -ou 6,7 mil alunos -no programa no ano que vem
“Aqui foi surpreendente. Tinha aluno que a gente duvidava que iria aprender a ler e, este ano, aprendeu”, conta o professor Ricardo Koziel, diretor da escola de Ceilândia, que tem 530 alunos e consegue aliar disciplina de quartel com felicidade de parque de diversões. “Você acha que é fácil coordenar a saída de quatro ônibus de manhã e quatro ônibus à tarde para o Centro Olímpico da cidade?”, brinca o diretor.
Aperto
Ele faz menção justamente ao maior problema das escolas integrais: a falta de estrutura física para funcionarem em turno completo. O modelo de dez horas prevê que os estudantes recebam o conteúdo curricular em um turno e, no horário contrário, façam reforço e atividades esportivas e artísticas.
Construídas na década de 1970, as escolas públicas não foram pensadas para funcionar com turnos contínuos, não têm espaço para isso. Os convênios com os centros olímpicos são um dos arranjos possíveis. Outros foram contar o tempo de parquinho, de quadra esportiva, de 23 escolas funcionam de acordo com o modelo. No ano que vem, o GDF incluirá outras 23 escolas no programa de dez horas sala de informática.
Na escola de Ceilândia, há apenas três salas de descanso para 24 turmas de alunos. O cochilo depois do almoço virá um privilégio semanal.
Do início das aulas até o mês passado, o diretor Koziel ficou quebrando a cabeça para achar uma maneira de adaptar às necessidades dos estudantes o espaço físico de que dispõe. “São coisas que você tem que pensar e repensar de acordo com as respostas que os professores e os estudantes vão dando”, relata o diretor Koziel.
Prato
Um exemplo de detalhe pensado e repensado: o horário de almoço. Os 530 alunos foram divididos em dois grupos, e cada um tem meia hora para almoçar. O professor da turma almoça com seus estudantes para que os auxilie e dê bom exemplo sobre alimentação.
Na tentativa de tornar o momento mais agradável, a comunidade escolar resolveu trocar o tipo de prato. Na rede pública, o padrão é um prato azul de plástico. Na Escola Classe 15 de Ceilândia, o prato de plástico foi substituído por um de vidro. “A comida tem que ser atrativa e eles precisam ter exemplo para comer verdura”, afirma o diretor.
Por Érica Montenegro
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