Fonte: http://www.todospelaeducacao.org.br
João Bittar/MEC
Não há modelo pronto para ampliar a jornada da escola com qualidade. É o que mostra a publicação “Percursos da Educação Integral – em busca da qualidade e da equidade”, lançado neste mês. A obra detalha a experiência pedagógica de 20 redes públicas de ensino que desenvolvem ações de educação integral no Brasil.
O estudo é fruto de uma parceria entre a Fundação Itaú Social e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e conta com a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
“O conceito de Educação Integral que responde às demandas sociais deve trazer a perspectiva da escola, família e sociedade a favor das novas gerações. A centralidade de todo o trabalho é a criança, o jovem”, resume Isabel Santana, gerente da Fundação Itaú Social.
A pesquisa explora as situações de escolas do Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG), Santa Bárbara d’Oeste (SP), Sobral (CE), Piraí (RJ), Mesquita (RJ), Canela (RS), Campo Grande (MS), Santos (SP), Manaus (AM), Betim (MG), Eusébio (CE), Maracanaú (CE), Novo Hamburgo (RS), Piraí (RJ), Apucarana (PR), Russas (CE) e Maringá (PR).
Entre os modelos estudados em profundidade, o trabalho ressalta a importância de se conhecer bem o território de atuação, com o objetivo de conectar os saberes locais e comunitários com o universo da escola. Além disso, revela que é preciso muita reflexão, por parte da equipe docente e dos gestores das unidades escolares, sobre as metodologias de ensino, a reorganização dos tempos e espaços, para que os estudantes e a utilização das ferramentas tecnológicas disponíveis façam sentido. Para tanto, o apoio técnico da secretaria de Educação, com ações de formação continuada de professores, contando, se possível, com parcerias com as universidades, são fundamentais.
Os desafios, portanto, são enormes, destaca Isabel. “Um deles é consolidar o conceito de Educação Integral de forma ampla. Não é só na escola que ela ocorre – pensar assim é limitador. Além disso, temos, na tarefa de ampliação da jornada, dificuldades como as questões de infraestrutura, equipamento público. Alguns gestores acham que é só duplicar tudo, o que não é a realidade”, explica ela. “Cada cidade deve estruturar seu próprio plano e contemplar um diagnóstico da situação e das demandas da rede.”
Isabel destaca que um mesmo município, por exemplo, pode ter diversas modalidades de Educação Integral. Ou seja, as possibilidades para uma mesma rede são diversas. “Isso pode ser realizado por meio de parcerias com organizações não governamentais, que, por sua vez, devem se preparar educacionalmente para efetivar as práticas pedagógicas dessa modalidade de ensino”, explica Isabel. “A ampliação dos conteúdos e o desenvolvimento humano do aluno são o foco.”
Avaliação
O estudo da Fundação Itaú Social também mostra a importância do monitoramento e da avaliação dos programas de Educação Integral. Os modelos explorados indicam que existe uma variedade de estruturas possíveis para uma avaliação da modalidade e a rede de ensino deve escolher aquela que melhor se adequa à própria realidade.
O estudo da Fundação Itaú Social também mostra a importância do monitoramento e da avaliação dos programas de Educação Integral. Os modelos explorados indicam que existe uma variedade de estruturas possíveis para uma avaliação da modalidade e a rede de ensino deve escolher aquela que melhor se adequa à própria realidade.
“Os resultados das avaliações de impacto que temos hoje já revelam que a ampliação do tempo traz melhoria na aprendizagem das disciplinas formais. Na rede de Belo Horizonte isso é claro: as crianças que estudam em escolas integrais apresentam notas maiores em matemática e português”, diz Isabel. “No entanto, devemos lembrar que não é só aumentar a jornada e esperar a melhora do desempenho. Deve ser feito um uso adequado do tempo extra.”
Premiação
Além do lançamento do estudo e da realização de um seminário, a fundação anunciou também a 10ª Edição do Prêmio Itaú-Unicef. O período de inscrições acaba às 23h59 do dia 31 de maio. Podem ser inscritos projetos de organizações sem fins lucrativos da sociedade civil, constituídas e com sede no território nacional. Os prêmios são em dinheiro.
Além do lançamento do estudo e da realização de um seminário, a fundação anunciou também a 10ª Edição do Prêmio Itaú-Unicef. O período de inscrições acaba às 23h59 do dia 31 de maio. Podem ser inscritos projetos de organizações sem fins lucrativos da sociedade civil, constituídas e com sede no território nacional. Os prêmios são em dinheiro.
“O prêmio mostra a importância do investimento social privado para manter trabalhos contínuos e a longo prazo, além de reforçar a relação desse investimento com as políticas públicas e a parceria com diferentes setores e esforços da sociedade civil”, destaca Isabel Santana. “Isso é fundamental porque a Educação precisa de tempo para mostrar resultados.”
Para ler o regulamento, clique aqui.
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